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Juros dos EUA sobem pela quinta vez no ano; taxa é a maior desde 2008

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, aumentou as taxas de juros do país nesta quarta-feira (21) para uma faixa de 3% a 3,25% – uma alta de 0,75 ponto percentual. É a quinta vez neste ano em que os juros são elevados.

A nova alta leva a taxa básica de juros dos EUA ao seu maior patamar desde 2008, pouco antes de o país passar por sua maior crise desde a quebra das bolsas em 1929.

Com o aumento de 0,75 ponto percentual, o Fed manteve o ritmo de alta dos juros das duas reuniões anteriores, que já haviam sido o maior aumento desde 1994.



No comunicado depois da reunião desta quarta, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) indicou que deve continuar elevando a taxa nos próximos encontros – e que as altas podem ser grandes.

“O Comitê estará preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir o Comitê de atingir seus objetivos”, diz o órgão em comunicado.
Novas projeções do Fed mostram a taxa básica de juros subindo para 4,40% até o final deste ano, antes de atingir 4,60% em 2023. Já as estimativas para o PIB mostram que a economia norte-americana deve crescer 0,2% este ano, e 1,2% em 2023.

O avanço dos juros nos Estados Unidos ocorre num cenário de inflação bastante elevada. Nos 12 meses até agosto, os preços ao consumidor saltaram 8,3% no país – uma pequena queda em relação aos meses anteriores.



Efeitos no Brasil
Altas de juros nos Estados Unidos tendem a se refletir em alta na cotação do dólar no Brasil, uma vez que há saída da moeda do país, com o objetivo de buscar a melhor remuneração lá fora.

Mas essa elevação já estava, no jargão dos investidores, “precificada” – ou seja, já se contava com uma alta nessa proporção. Assim, a divulgação da decisão do Fed não provocou movimentos mais acentuados na cotação do dólar por aqui nesta quarta.



Os efeitos no Brasil, contudo, também podem ser de longo prazo: a alta de juros nos EUA indica uma desaceleração da economia mundial nos próximos meses, já que os empréstimos e investimentos ficam mais caros.

Essa desaceleração tende a ter efeitos por aqui na forma de uma menor demanda pelos produtos e serviços brasileiros – que pode, no entanto, ajudar a reduzir a inflação doméstica.



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