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UFAPE suspende pagamento de bolsas por causa dos cortes no orçamento: ‘Não temos como pagar os alunos’

Diante dos cortes de orçamento impostos pelo Ministério da Educação (MEC), alunos da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), que fica em Garanhuns, no Agreste, têm sido prejudicados pela falta do pagamento das bolsas e dos serviços de assistência estudantil.

O reitor da UFAPE, Airon Aparecido Silva, explicou que as universidades de forma geral foram surpreendidas pelo corte orçamentário. No campus de Garanhuns, a reitoria informou que foram retirados recursos que já estavam empenhados, estimados em mais de R$ 6.385 milhões, o que provocou a suspensão de pagamentos previstos para iniciar no dia 2 de dezembro.

“O governo tirou o nosso financeiro. Eles tiraram os recursos que estavam empenhados e que serviriam, por exemplo, para pagamento das bolsas dos alunos. Nós não temos mais como pagar os alunos. os alunos estão esperando essas bolsas para se alimentarem, para se deslocarem e diversas outras coisas. Se não houver um retorno desses empenhos, os nossos alunos ficam sem receber essas bolsas em novembro e dezembro e eu não sei o que vai acontecer”, afirma o reitor da UFAPE.



Segundo a reitoria, 37% dos alunos da universidade recebem bolsa e todos foram prejudicados pela falta de pagamento. Ao todo, são 774 alunos e 10 pesquisadores que não receberam o valor referente às bolsas neste mês.

Além dos pagamentos das bolsas dos alunos e pesquisadores, os cortes têm impactado ainda no planejamento das atividades para 2023 e no pagamento dos serviços terceirizados de manutenção da UFAPE.

“As empresas terceirizadas, nossos servidores, que também estavam com recursos empenhados também não recebem em novembro e dezembro. Se as empresas não tiverem recursos para bancar esses serviços terceirizados, também ficarão sem receber”, explicou.



Cortes provocam suspensão de pagamentos na UFPE
Na última terça-feira (6), o reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Alfredo Gomes, publicou um pronunciamento explicando que os bloqueios orçamentários vão afetar os pagamentos de bolsas e de serviços de assistência estudantil e terceirizados.

Um decreto do governo federal publicado no dia 1º de dezembro “zerou” a verba do MEC disponível para gastos considerados “não obrigatórios”, como bolsas estudantis, salários de funcionários terceirizados e pagamento de contas de luz e de água. Os institutos federais perderam R$ 208 milhões e as universidades sofreram contingenciamento de R$ 244 milhões.

“Não vamos, pela primeira vez na nossa gestão, pagar a assistência estudantil e demais bolsas, de maneira geral. É uma imposição do governo federal que compromete a saúde financeira e o andamento das questões de manutenção das universidades”, declarou o reitor.



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