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Bancos digitais crescem em adesão e faturamento

Volume de downloads de apps de bancos digitais supera o de bancos tradicionais. 42% dos brasileiros já possuem uma conta digital

Entre as inúmeras mudanças trazidas pela pandemia da Covid-19 no Brasil está o aumento no uso da tecnologia. A disseminação da doença impactou diretamente no fortalecimento do comércio virtual, no uso de aplicativos de entrega e na adesão das pessoas aos serviços de internet banking, dado que, durante o período de isolamento social, muitas agências ficaram fechadas ou tiveram restrições na operação.

Os bancos digitais acompanharam esse crescimento. Se antes da pandemia eles já registravam uma boa adesão, hoje são usados por quase metade dos brasileiros, conforme levantamento feito pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a TecBan. O estudo indicou que 42% da população no país possui uma conta em um ou mais bancos digitais. Quanto a bancos tradicionais, o índice é de 49%.


O mesmo levantamento mostrou que 11% dos entrevistados possuem contas exclusivamente nos bancos digitais. A faixa etária que mais aderiu à tecnologia é a mais jovem: 51% das pessoas que se encontram neste recorte da pesquisa têm entre 18 e 29 anos.

Embora seja mais popular entre os jovens, o Nubank, maior banco digital do Brasil, informou que, após o início da pandemia, a média de contas abertas no aplicativo por pessoas acima dos 60 anos foi de 30 mil registros por mês.

Outro estudo, elaborado pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) no Brasil, apontou que 36% dos entrevistados disseram ter aberto conta em banco digital no último ano. A pesquisa ainda revelou que 57% dos brasileiros com acesso à internet possuem uma conta digital.

Downloads: aplicativos de bancos digitais superam tradicionais

Um estudo feito pelo UBS Evidence Lab mostrou que, pela primeira vez, o número de downloads de aplicativos de bancos virtuais foi maior do que o de instituições tradicionais. Em 2020, os apps de bancos digitais foram responsáveis por 52% dos downloads, enquanto os dos bancos físicos tiveram 48% dos descarregamentos.


Bancos digitais oferecem facilidades ao cliente

A pesquisa do Instituto Locomotiva descobriu quais os serviços bancários que os brasileiros mais utilizam no dia a dia. Receber dinheiro, saque, pagar contas e fazer compras no cartão de crédito foram as atividades mais citadas pelos entrevistados.

Agilidade para resolver tudo pela internet, ou pelo aplicativo, ausência de taxas para manutenção da conta, tarifas reduzidas para serviços específicos, cartão de crédito sem anuidade, opções facilitadas de investimento e baixa burocracia são algumas das principais vantagens dos bancos digitais.

Apesar da ausência de agências físicas, os bancos digitais seguem as mesmas normas de uso e de segurança exigidas pelo Banco Central, órgão que regulamenta o serviço no Brasil. Além disso, eles precisam cumprir todas as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Outra semelhança dos bancos digitais com os tradicionais é o uso de códigos numéricos com três dígitos para identificação. O número do Nubank, por exemplo, é 260. Este código pode ser solicitado na hora de pagamentos, transferências e compensações de cheque.


Risco de estagnação

Investidores dos principais bancos digitais especulam a possibilidade de um risco de estagnação no número de clientes após o grande crescimento notado no setor até o começo de 2021. De acordo com o Bank of America, dos 10 maiores bancos digitais do Brasil, sete tiveram a base de usuários ativos reduzida em setembro deste ano em comparação ao mês anterior.

O caminho é seguir em busca de inovações, assim como ofertar novos produtos e serviços, como seguro de vida, empréstimos e previdência privada. O fortalecimento da relação com os clientes pode ser decisivo para que o futuro dos bancos digitais seja ainda mais promissor.

 


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