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‘Fica um sentimento de revolta’, diz dono de bandeira de Pernambuco tomada no Catar após ser confundida com apoio LGBTQIA+

O jornalista Kelvin Maciel, dono da bandeira de Pernambuco que foi tomada por autoridades do Catar por ser confundida com uma manifestação de apoio à população LGBTQIA+, afirmou, em entrevista à TV Globo, ter ficado revoltado com o episódio. O caso ocorreu nesta terça (22) na frente do Lusail Stadium, em Doha, após o jogo entre Arábia Saudita e Argentina, na Copa do Mundo.

“A gente fica com um sentimento de revolta até. Porque em momento nenhum permitiram que a gente sequer explicasse que a bandeira que a gente trouxe para cá é a bandeira do nosso estado, que nos orgulha tanto”, disse Kelvin.

A confusão teria ocorrido porque a bandeira de Pernambuco tem um arco-íris, imagem que também é símbolo do movimento LGBTQIA+. O arco-íris faz parte da bandeira do estado desde 1917 e representa a diversidade do povo unido por um ideal.



Kelvin e o também jornalista Victor Pereira são pernambucanos e estão cobrindo o torneio no Catar. De acordo com Victor, eles estavam entrevistando alguns voluntários brasileiros que estão trabalhando no Mundial, quando um grupo falou que era de Pernambuco.

“E aí o Kelvin estava com essa bandeira, a bandeira dele, na hora. E quando eu me viro, uma das voluntárias estava tirando foto sozinha com a bandeira que o Kelvin emprestou para ela”, explicou Victor.

De acordo com o repórter, neste momento eles teriam sido abordados por um homem com uma túnica árabe branca.

“Ele estava com a credencial Fifa, só que de lado assim. Ele chegou e tomou a bandeira da mão da menina e jogou no chão”, contou.

Victor diz que começou a gravar o episódio, enquanto os voluntários procuravam na Internet uma imagem da bandeira pernambucana para explicar o seu sentido.

“Quando eles viram que eu estava gravando a situação, vieram todos para cima de mim. Tanto esse cara que estava vestido dessa forma característica, quanto o que pareciam ser policiais, ou seguranças do estádio”, afirmou o jornalista.

Embora a bandeira tomada tenha sido devolvida, os dois repórteres procuraram a embaixada do Brasil no Catar, em busca de apoio. Eles temem que perder as credenciais de imprensa por causa do episódio



“Nós estávamos apenas trabalhando, exercendo o nosso papel de jornalistas cobrindo o maior evento de futebol do planeta”, afirmou Kelvin Maciel.



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