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Enfermeira e técnica de enfermagem são agredidas por empresária que se recusou a usar máscara em vacinação contra a Covid

Uma empresária de 44 anos se recusou a usar a máscara de proteção para tomar a vacina contra a Covid-19 e agrediu uma enfermeira e uma técnica de enfermagem, nesta segunda (11), no posto do Ginásio Geraldão, na Zona Sul do Recife. As cenas de violência foram registradas por câmeras de celular pelas próprias vítimas.

Um vídeo feito pela enfermeira Romana Bezerra, de 33 anos, mostra a empresária Rosilene da Mata Cruz Ribeiro com uma máscara na mão, falando de forma agressiva com ela e, logo depois, dando um tapa em sua direção.

“O que é que tu tá pensando? Vai, filma. Pronto. Eu também sei filmar, ridícula”, diz, antes de ir para cima da profissional de saúde.

Um segundo vídeo, feito pela técnica de enfermagem Geiciane Silva, de 34 anos, mostra a empresária ainda agressiva discutindo com a enfermeira.

Ao perceber que está sendo filmada, ela vai para cima da técnica de enfermagem e dá um tapa que derruba o celular da vítima.



“Não toque em mim não”, diz uma das profissionais da a funcionária da Prefeitura do Recife, revoltada com o que aconteceu.

O caso chegou até a Central de Plantões da Capital. De acordo com a Polícia Civil, foi registrada uma ocorrência de dano, depredação e desacato contra a mulher. “As investigações foram iniciadas e seguem até esclarecimento do caso”, informou, por nota.

Ao g1, a empresária Rosilene da Mata Cruz Ribeiro disse que “deu um tapa no celular”, mas não agrediu nenhuma das profissionais de saúde (veja mais abaixo).

Relatos das vítimas
A enfermeira Romana Bezerra contou que viu o marido da empresária gritando com o segurança do posto de vacinação, porque foi solicitado pelo funcionário o uso da máscara.

Disse que explicou que o homem estava fazendo o trabalho dele, já que o uso de máscara em Pernambuco ainda é exigido em serviços de saúde.

Romana disse também que, ao perceber o problema, uma pessoa que estava na fila deu uma máscara para a empresária. Mesmo assim, ela se recusou a usar e ficou agressiva.



“Ela pegou essa máscara e já entrou no setor sem pedir permissão. Disse que não ia usar m… de máscara nenhuma. Me chamou de p…, r…, loira nojenta, que eu era uma idiota burra, que não sabia de nada. Ela estava altamente descontrolada. Me chamou de idiota, burra, que queria ver eu impedir ela de se vacinar”, afirmou.
Segundo a enfermeira, foram várias agressões verbais. Então ela decidiu pegar o celular e filmar para registrar tudo que a mulher estava falando. Foi quando ocorreu a agressão física.

“Ela veio pra bater no meu rosto, só que o menino se jogou na minha frente. Levantei a mão e a lapada pegou no meu braço. Minha técnica que estava passando ao lado, pegou o celular e começou a filmar também. Foi quando ela deu uma lapada na mão da minha técnica, o celular voou longe e ela bateu no peito e no braço da minha técnica. Ou seja, ela agrediu a mim e depois minha técnica”, declarou.

Desrespeito diário
A enfermeira contou que os profissionais de saúde enfrentam diariamente ações de desrespeito e desacato. “Estou cansada disso, sabe? Nunca chegou ao nível de uma agressão física, como hoje, mas tem gritarias, abusos, xingamentos, injúria, tudo isso a gente passa de domingo a domingo”, afirmou.

Romana disse que se sente ainda mais fragilizada após o que aconteceu. “Eu me sinto humilhada, desprotegida, chateada , triste. A gente sai de casa todo dia, deixa os familiares pra trabalhar. A gente sempre tenta fazer com que usuário saia daqui satisfeito e o que a gente recebe em troca é grosseria, agressão”, disse.

Empresária nega agressões



A empresária Rosilene da Mata Cruz Ribeiro disse que “deu um tapa no celular”, mas não agrediu nenhuma das profissionais de saúde.

Apesar de as imagens mostrarem que a empresária tinha uma máscara na mão, ela também afirmou que estava sem proteção, que pediu uma e que foi negado.

“Eu não estava com a máscara, pedi uma e foi negado. Eu não agredi ela. Naquele vídeo, eu deu um tapa no celular e ela jogou aquela gravação dizendo que agredi ela, mas não é verdade. Apenas dei um tapa no celular e falei palavrão. Cada um acredita no que quiser. Eu só quero a gravação do local, mais nada. Também não tenho interesse em prejudicar ninguém, apenas que sejam verdadeiras”, declarou.
Investigações
A Polícia Civil informou que, além de agressões verbais, a empresária deu um tapa e derrubou o celular de uma das vítimas, quebrando a tela do aparelho. Por isso, foi instaurado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em desfavor dela por destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.

Questionada pelo g1, a polícia não respondeu se a mulher responderá pelas agressões físicas contra as profissionais de saúde.



O que diz a prefeitura
Por nota, a Prefeitura do Recife informou que repudia todo e qualquer tipo de agressão e que prestou toda assistência à funcionária agredida.

“A agressão física e verbal aconteceu após a mulher se recusar a utilizar máscara, item obrigatório em unidades de saúde, conforme protocolo Estadual. A usuária e os funcionários foram encaminhados à Delegacia de Santo Amaro”, disse, no comunicado.



Por g1 Pernambuco.

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