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Assim como Cristo, ele também derramou seu sangue em sacrifício

Há dois meses atrás nossa comunidade católica, como também muitos segmentos da sociedade, ficávamos perplexos com um terrível ataque a uma igreja católica no noroeste da França. Um padre, Jacques Hamel, era degolado no altar da Santa Missa enquanto presidia a Eucaristia por dois terroristas membros do Estado Islâmico.

São inúmeros os testemunhos de homens e mulheres, religiosos e religiosas, que mártires pela fé, também derramaram seu sangue por Cristo. Porém, algo no caso do padre Jacques chama bastante a atenção por sua particularidade: ele foi morto exatamente no momento que celebrava a Missa. De fato, após a Ceia celebrada por Jesus na quinta-feira Santa e o sacrifício de Cristo na cruz, a Missa ganha expressão sacramental de calvário todos os dias quando é celebrada.
Seguimos, na Santa Missa, um caminho de calvário com Cristo até a sua morte. Mas, não só, seguimos adiante e ressuscitamos com Ele gloriosamente para a vida eterna. Foi esse caminho, creio, que se submeteu também o padre Jacques. Morto no caminho do calvário daquela Missa que tinha tudo para ser mais uma celebração corriqueira de uma comunidade pacata, antecipou a palma da vitória que Deus reserve a todos que O servem até a última gota de sangue.
Recentemente o Papa Francisco declarou que o caminho de beatificação e canonização do padre mártir automaticamente já foi iniciado e será breve. Com certeza, mais um servo fiel que intercede por nós ainda peregrinos neste mundo. Uma coisa é certa: mesmo diante da tamanha barbaridade e horror acometida a esse padre de 86 anos da qual não podemos enquanto sociedade nos omitir, a esperança na ressurreição o fez antecipar sua união com Cristo em sacrifício cruento.


Frei Walter Benício da Silva, OFMCap.
(Religioso da instituição Católica dos Frades Menores Capuchinhos e
formado em Filosofia)


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