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Marcas devem entender a importância de seus colaboradores como influenciadores

Provavelmente, alguns CEOs e líderes das principais empresas do mundo já tenham se perguntado se sua marca precisa de óculos. Embora essa pergunta pareça ser um jeito estranho de começar um texto de marketing, seu sentido metafórico é muito útil para expressar um dos grandes desafios do gerenciamento de marketing de influenciadores hoje em dia: a hipermetropia das marcas. Em 2021, segundo dados da Statista, empresa alemã especializada em dados de mercado e consumidores, a indústria de marketing de influenciadores está crescendo cada vez mais, pois as empresas estão buscando associar-se a eles para impulsionar sua marca. Outro dado da pesquisa revela que 40% dos consumidores brasileiros são impulsionados na decisão de compra por conta da celebridade que anuncia o produto. 

Desde o surgimento das redes sociais, as empresas comerciais dobraram seus esforços econômicos para associar-se a grandes celebridades ou personalidades bem relevantes, devido à sua capacidade de influenciar o pensamento e o comportamento de seus públicos. 

Porém, nessa mesma premissa, entra em cena outra comunidade que nem sempre é considerada nas estratégias de marketing de influência: os líderes e colaboradores das próprias empresas. Por que eles quase nunca são notados, embora estejam tão próximos? Será que as marcas precisam ajustar sua visão para ver melhor de perto? Como realizar uma estratégia de advocacy com funcionários? Como aumentar a visibilidade de uma empresa por meio de seus líderes e colaboradores?

Essas e outras perguntas são tema do relatório Hipermetropia da marca: influenciadores invisíveis” elaborado pela consultoria de comunicação LLYC. O levantamento avalia que a integridade e a credibilidade de uma marca estão, principalmente, na percepção que seus próprios colaboradores têm dela. Eles podem se tornar os melhores (ou piores) embaixadores da marca do lado de fora. De acordo com informações deste estudo, as fronteiras entre a comunicação externa e interna já não são tão claras e é importante não mantê-las como esferas independentes. Nesse contexto, capacitar os participantes da organização agrega valor às estratégias de comunicação digital, aumenta exponencialmente as oportunidades de conexão e reduz os riscos em casos de crise.

Atualmente, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o profissional de compliance é realidade em 80% das empresas. As áreas de ouvidoria, compliance e auditoria se tornaram complementares para uma boa governança corporativa. Para conectar-se aos colaboradores, é preciso agir com base em seus interesses, saber ouvir e entender sua individualidade dentro do coletivo. Isso não significa compartilhar conteúdos sem sentido ou controlar suas postagens nas redes sociais, mas fazer com que participem do propósito da marca como elemento coeso e motivacional, para que se sintam inspirados e emocionalmente conectados aos seus valores.

De acordo com Adam Weber, em seu novo livro best-seller, Lead Like a Human, disponível na Amazon, “alguém que deseja e é capaz de ser ele mesmo e lidera de uma forma que parece natural para quem ele é como pessoa”.  Ou seja, as pessoas que trabalham na empresa se destacam por serem autênticas, exclusivas e impossíveis de replicar e precisam ser os embaixadores mais eficazes, pois é preciso que elas sejam consideradas nas estratégias de marketing de influência. 

O mundo corporativo atual vive a importância do ESG, que integra ações socioambientais e de governança. Nesse contexto, a liderança deve buscar justificar ações que se alinhem aos propósitos e estejam no centro da estratégia da marca. As expectativas de que os CEOs cumpram um papel de liderança em questões sociais estão mais fortes e isso abriu a possibilidade de as ações empresariais afetarem diretamente o bem-estar e a confiança dos colaboradores. “Integrar os colaboradores nas campanhas da empresa é algo muito valioso. Fazer com que os mesmos integrem a imagem da marca e até a impulsionem começa com ações internas focadas na valorização dos talentos. Por isso, é preciso olhar antes para dentro.  Precisamos de colaboradores verdadeiramente engajados, que transcendam a descrição do cargo e representem a empresa a ponto de evoluí-la, promovê-la e protegê-la”, afirma Naira Feldmann, diretora de Engagement da LLYC Brasil.

Twitter: @LLYCBR