Você Sabia ? 23 pernambucanos fundaram a Nova York de hoje

Nova York é a cidade mais judaica depois de Tel Aviv, o centro financeiro de Israel. Existem dois milhões de judeus – um para cada três brancos na Big Apple. Em 1654, havia apenas 23. Sua memória permanece preservada em NY.

Lá existem três cemitérios são dedicados aos judeus pioneiros da cidade e seus descendentes. Nas lápides, sobrenomes de quem mora no Brasil: Fonseca, Seixas, Cardoso, Bueno. Sim, porque os primeiros 23 judeus da maior cidade dos EUA vieram do Brasil. Mais especificamente, de Recife (Pernambuco). É a história deles que você conhecerá agora.

Os registros populacionais da Prefeitura de Nova York mostram que em 12 de setembro de 1654, 23 judeus pernambucanos desembarcaram na cidade, antes conhecida como Nova Amsterdã. Entre eles, famílias com filhos, o que indica que alguns já nasceram em terras brasileiras. Eles foram os primeiros imigrantes a realmente se perpetuar na cidade – antes, Nova Amsterdã servia apenas como entreposto comercial e temporariamente abrigava mercadores e navegadores.

Os brasileiros também fundaram a primeira colônia judaica em solo americano. Para entender por que os judeus fugiram do Recife, é melhor voltar a 1630, quando o local foi invadido pelos holandeses. A tolerância flamenga das práticas religiosas seduziu milhares de judeus a se mudarem de países católicos. Mas, com a saída de Maurício de Nassau, governador do chamado Brasil holandês, e o enfraquecimento das defesas holandesas (que já não recebiam tanto apoio financeiro e armamentista de Amsterdã), em 1654 os portugueses restauraram o poder na região . Coube à comunidade judaica fugir do Brasil.

O grupo com destino a Nova Amsterdã foi preso por espanhóis na Jamaica e não foi entregue à Inquisição Católica porque a Holanda interveio.

Em New Amsterdam, o governador francês, Pierre Stuyvesant, proibiu-os de manter qualquer tipo de negócio e de praticar o culto judaico, além de negar-lhes ajuda financeira. Em 1664, quando o controle passou para os ingleses, que rebatizaram o site de Nova York, o grupo ganhou liberdade religiosa e civil, construiu a Sinagoga Portuguesa e Espanhola, a primeira do país, e formou a futura elite financeira local.

COMO TUDO FOI DESCOBERTO

A ligação histórica entre Recife e a cidade de NY é conhecida desde os tempos mais remotos, porém, somente em 1999, com uma descoberta arqueológica cinematográfica, esta ponte foi revelada.

No século 17, quando os holandeses chegaram ao Recife, muitos judeus chegaram com eles, que se juntaram a um grupo já residente na capitania.

No período em que Maurício de Nassau dominou a cidade, esse grupo religioso teve a almejada liberdade de culto (que era cercada de portugueses por motivos óbvios) e construiu a primeira sinagoga das Américas, Kahal Zur Israel, na Rua dos Judeus , atual Rua Bom Jesus (ironia do destino).

Em 1654, os holandeses foram expulsos definitivamente do Recife. A comunidade judaica estava em risco e muitos foram embora. Dessa pequena diáspora, um grupo de 23 judeus migrou para a pequena cidade de New Amsterdam.