Curiosidades

Quem foi Maria Bonita? A Rainha do Cangaço

Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita e também como Maria Déia, nasceu no dia 8 de março de 1911, em uma pequena fazenda no povoado de Malhada da Caiçara, município da Gloria, atual cidade de Paulo Afonso. Filha dos pequenos lavradores José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina Conceição Oliveira.

Maria Bonita



Maria Bonita foi a companheira do famoso chefe do cangaço, o Lampião. Foi a primeira figura feminina a ingressar no principal bando de cangaceiros do Nordeste, em meados de 1930.

Porém, primeiramente com 15 anos, foi obrigada a se casar com o sapateiro José Miguel da Silva, que era estéril e o casal não podia ter filhos. Por conta disso, as brigas eram constantes e logo Maria Déia se separou em 1928, numa época em que a separação era algo inaceitável.




Em 1929, morando na casa dos pais, conheceu Lampião, que em suas andanças passava com seu bando pelas fazendas da região. A atração foi recíproca. Baixinha, com olhos e cabelos castanhos, era uma mulher bonita e determinada, o que chamou a atenção do cangaceiro.

Cangaço

Maria partiu com Lampião para a caatinga, depois de se despedir dos familiares. Assim, se tornou a primeira mulher a fazer parte do bando de cangaceiros. Logo, os de mais integrantes do bando passaram a chamá-la de Dona Maria, Maria de Lampião ou Maria do Capitão, como forma de respeito.



Maria Bonita e Lampião

Em síntese, a Rainha do Cangaço tinha 20 anos e o ano era 1931. Por consequência, outras mulheres se viram inspiradas a seguir o mesmo caminho e também entraram para o bando. Dessa forma, começa ali no cangaço uma revolução feminista por respeito e mais espaço.




Dessa forma, as mulheres tinham armas, eram fortes aliadas em negociações e reuniões. Porém, não era sempre que podiam participar dos combates, mas estavam sempre com armas para defesa pessoal. Além disso, eram parte das brigadas, cuidavam dos feridos e eram companheiras dos cangaceiros.

Além de Maria e Lampião, outros casais também se formaram no cangaço. Assim, Corisco e Dadá; Gato e Inacinha; Moita Brava e Sebastiana; José Sereno e Cila; Labareda e Maria; José Baiano e Lídia; e Luís Pedro e Neném foram alguns deles.



Bando de Cangaceiros

Contudo, por mais que as cangaceiras lutassem por melhores condições elas ainda sofriam em algumas questões. Assim, quando ficavam grávidas, eram obrigadas a andarem por longas estradas para fugirem de soldados. Além disso, sofriam com as condições extremas da caatinga.



Do amor de Maria Bonita e Lampião, nasce Expedita

Após ingressas no bando de cangaceiros, Maria ficou grávida de Lampião. Porém, pelas condições extremas em que vivia, perdeu o feto. Assim, vários foram os abortos espontâneos, até que em 1932 conseguiu dar a luz. Dessa maneira, foi à sombra de um umbuzeiro em Porto de Folha, no Estado de Sergipe, que Expedita nasceu.

Expedita, filha de Maria Bonita e Lampião




Porém, as leis do cangaço determinavam que as crianças não podiam faziam parte do bando. Assim, logo que nasciam, eram entregues à parentes ou à pessoas próximas como padres, coronéis, juízes, militares, ou fazendeiros. Desta forma, Expedita não pôde ser criada pelos pais, pois a vida no cangaço já estava traçada.

Morte

As ações de Maria Bonita, Lampião e seu bando duraram até 1938, foram oito anos convivendo juntos e praticando o banditismo social, até que o comerciante Pedro Cândido revelou à polícia, depois de ser torturado, o esconderijo de Lampião.




Agindo de surpresa, uma tropa da polícia desbaratou o bando encontrado na Grota de Angicos, em Poço Redondo, Sergipe. Onze deles não conseguiram escapar, entre eles, Lampião e Maria Bonita, que foram mortos e decapitados. As cabeças das vítimas foram mumificadas e ficaram expostas no Museu Nina Rodrigues, na Bahia, até serem enterradas em 1968.

Cabeça dos cangaceiros expostas após a execução



Maria Bonita morreu na Grota de Angicos, em Poço Redondo, Sergipe, no dia 28 de julho de 1938.

 

Fontes:

EBiografia

AventurasnaHistoria

ConhecimentoCientifico



Ceça Ricarte

Ceça Ricarte - Jornalista de formação, com mais de 15 anos de experiência, nas mais diversas áreas que o Jornalismo se propõe. Natural de Recife, mas que escolheu Caruaru para amar e viver! Entre idas e vindas, está fixa na Capital do Forró há 12 anos.

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