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Casal que se conheceu em ônibus faz ensaio de casamento em terminal: ‘Ele ficava três horas me esperando na parada’, diz noiva

Primeiro encontro de Raíza Melo e Thiago Conrado foi em um ônibus da linha Barro/Macaxeira (Várzea), voltando da faculdade. Eles são professores e estão juntos há 11 anos.

Um casal de noivos decidiu fazer um ensaio pré-casamento em um ônibus e no Terminal Integrado do Barro, na Zona Oeste do Recife, para celebrar o local onde eles se conheceram. Completando 11 anos de relacionamento, Raíza Melo e Thiago Conrado escolheram um cenário incomum para as fotos para lembrar onde a história de amor deles começou.

 

Raíza e Conrado, que se casam na sexta-feira (5), são professores. Ela, de biologia; e ele, de física. Na época em que se conheceram, ambos eram estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O ensaio pré-casamento foi um presente da fotógrafa Mônica Silva, amiga do casal. Nas fotos, os dois remontam cenas comuns ao cotidiano do transporte público no Grande Recife, como a compra de pipoca de ambulantes, para “enganar a fome”.

Eles fotografaram até uma “pulada” de catraca e fingiram dormir sentados no ônibus, como faziam quando eram apenas dois estudantes cansados.

A história de amor deles começou na parada de ônibus, quando Raíza, depois de correr bastante atrás do ônibus, perdeu o 202 – Barro/Macaxeira (Várzea). Frustrada, ela viu, no local, Thiago com uma calculadora científica embaixo do braço. A impressão inicial foi de que ele estava se exibindo com um celular “da moda”.

No ônibus, que costuma estar sempre lotado, eles conseguiram sentar. Juntos e na cadeira alta, que costuma ser disputada pelos passageiros. Raíza, ao ver que o celular “da moda” era uma calculadora, quebrou a primeira pressão e se interessou pelo rapaz da cadeira ao lado. Mas a aproximação física foi encerrada pela chegada de uma grávida de 9 meses. Thiago, gentilmente, deu lugar à gestante.

“A mulher estava com a barriga muito, muito grande. Ele tinha umas pastas no braço, e eu pedi para segurar. Aí, eu vi que tínhamos o mesmo professor. Eu era primeiro período e ele, quinto, de cursos diferentes. A gente conversou e eu perguntei o nome dele; e ele, o meu. Só que ele entendeu que eu me chamava Maísa, e não Raíza”, afirmou a noiva.

No Terminal do Barro, o futuro casal desceu do ônibus e seguiu para o metrô. Ambos sem dar muita importância à companhia na viagem. Semanas depois, o destino, ou a lotação do Barro Macaxeira (Várzea), deu um jeito de fazê-los se reencontrar.

“Estávamos de pé, no ônibus, e nos batemos de costas. Aí eu disse ‘Oi, Thiago’. E ele: ‘Oi, Maísa’. Aí eu corrigi. Descobrimos que tínhamos uma amiga em comum, e ele, muito brincalhão, estava fazendo os passageiros rirem. No outro dia, ele foi até o meu centro na faculdade, disse que tinha um congresso de biofísica. Não tinha congresso nenhum. Depois disso, eu sempre encontrava com ele”, disse Raíza.

Na época, Raíza estagiava na biblioteca do Centro de Educação da UFPE. Ao descobrir isso, Thiago, que estudava no Centro de Ciências Exatas e da Natureza, percorria mais de um quilômetro nos intervalos para estudar na biblioteca. O que começou como encontros aleatórios se tornou parte da rotina dela.

“Eu sempre o encontrava na parada e achava muita coincidência. Eu largava às 22h e descobri que ele largava às 19h. Ficava três horas me esperando na parada. Começamos a conversar e trocamos MSN e Orkut. Até que eu comecei a me ‘ferrar’ em física. E ele era professor de física, e começou a me dar algumas aulas. Foi aí que a gente se apaixonou”, contou Raíza.


Numa época pré-Instagram e WhatsApp, o casal se comunicava por SMS. Ela morava no bairro de Piedade, no município de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Ele, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da capital. Passaram oito anos juntos até que, na pandemia da Covid-19, decidiram morar juntos.

“Ele foi fazer doutorado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mas, com a pandemia, as aulas passaram a ser online. Nessa época, existia muita restrição de deslocamento, e ou a gente se juntava de vez ou se separava. Minha casa estava quase pronta, aí ele veio morar comigo”, disse Raíza.

Sobre o ensaio no terminal, ela contou que os profissionais do local ficaram animados com a sessão de fotos. “Os motoristas passavam buzinando, gritando ‘viva os noivos’. Uma profissional foi até o meu Instagram e comentou as fotos, dizendo que se sentia muito privilegiada, porque tanta gente faz ensaio em praia e em outros locais, e a maioria não faria num terminal de ônibus”, declarou.

 

 

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