A Arte de oprimir com o sorriso estampado no rosto
Diariamente somos usurpados e o pior sem nem saber consentimos, pois cada “colonizador” que pisa em “Nossa Terra”, recebe a hospitalidade característica de nossa gente e logo é abraçado pelo amor que carregamos e a “inocência” que faz de nós um povo isento da maldade advinda do mundo dos negócios.
Geralmente, para poder se estabelecer temos que nos adaptar a ditames de pessoas que aqui chegam com uma suposta “oportunidade”sendo esta colocada à partir de possíveis parcerias, projetos ou outras coisas, que de imediato nos encanta e faz com que agente se doe e na maioria das vezes passe um conhecimento que levamos anos, décadas e até mesmo séculos para adquirir e também em inúmeras situações damos a vida para manter vivo.
Sabemos que a globalização é fundamental e que de fato seria justo que existisse uma “verdadeira troca de informações”, mas infelizmente, não é isso que acontece e posso até mesmo arriscar em afirmar que quando existe essa suposta troca, sempre saímos no prejuízo.
Assim é na Arte Popular, que através de seus respectivos Mestres atraem curiosos, simpatizantes mas em sua grande maioria, empreendedores ou pesquisadores / estudiosos, de todo lugar do mundo, os quais chegam por aqui e logo propõem uma breve “vivência” e obviamente saem de suas localidades trazendo na bagagem tudo o que for possível para obter ferramentas e através dos ensinamentos dos nossos Mestres, alavancar um suposto diferencial em seus negócios, que no caso é a “ARTE DESSE MESTRE”.
Sendo assim há quem diga que o valor agregado ao trabalho do dito “discípulo” que provavelmente passou quinze dias ou um mês ao lado do seu “suposto Mestre”, sobe de valor na escala de representatividade e este sem muito se policiar, inicia um trabalho de disseminação da Arte deste Mestre, onde na maioria das vezes até consegue atingir (devido a esta “vivência”), um “amplo” conhecimento sobre o que é está Arte, porém demasiadamente “raso”.
É bem assim que funciona e o que deixa mais claro a intervenção desleal destes que assim operam é que os mesmos que fazem este canal entre os “colonizados e colonizadores”, na maioria das vezes odeiam quando porventura existe entre estes ditos “colonizados” alguém que possa interferir nesse processo de maneira racional, daí entram de forma devastadora promovendo “algum tipo de discórdia entre estes” e sem que percebam “caso estes colonizados” tenham ou estejam iniciando algum trabalho com sua própria arte de forma institucional e/ou com possibilidades concretas de estabelecer um caminho sólido através de “Sua Arte” sendo “Autor” e não “Reprodutor” de sua própria História, colocam novamente os “colonizados” no lugar do “oprimido” e vão dando sequência a esta luta pelo poder.
Hoje o império “PRADA” presenteia o mundo de forma “institucional” e faz isso acontecer diante de nossos olhos com a maestria de uma das maiores e mais bem sucedidas empresas da indústria da moda no mundo, mas ontem, não só empresas, pessoas físicas já deixaram essa marquinha por aqui centenas de milhares de vezes em nossa “Terrinha” e saíram por aí sorridentes, deixando cada “colonizado” por alguns instantes felizes esperando até que um novo “colonizador” volte e repita o gesto que de tão habitual é tido como normal e até mesmo gentil.
A repetição da História de fato, custa a nos ensinar.
Anderson do Pife.